domingo, 17 de maio de 2009

Primeira Aula


Quando oramos o Pai Nosso, pedimos que Deus nos dê o pão nosso de cada dia. Ele nos dá esse pão diário de modo miraculoso?
Quando nós, ou alguém que amamos está doente, oramos para que haja cura. Deus nos cura SEMPRE por meio de um milagre?

Certamente Deus pode algumas vezes conceder o alimento ou a cura por meio de um milagre. Mas, normalmente, ele opera por intermédio das Vocações de pessoas divinamente qualificadas, capacitadas e talentosas.

Para que o nosso "pão diário" chegue à nossa mesa, dependemos das vocações de: fazendeiros (plantando e colhendo os grãos); Motoristas (transportando o produto); Operários nas fábricas de alimentos; Padeiros (transformando farinha em pão); estoquistas; atacadistas.


Para a cura de nossas doenças necessitamos das vocações de: médicos, enfermeiros, farmacêuticos, técnicos de laboratório, balconistas de farmácia, entre outros.


Existem ainda muitas outras esferas vocacionais: na família (pais, mães, filhos, maridos e esposas); na igreja (pastores, presbíteros, diáconos, músicos) e na sociedade em geral (professores nas escolas, advogados, policiais, etc).


Mas infelizmente, existem pais que maltratam seus filhos em vez de cuidar deles; professores que abrem mão do compromisso de ensinar, deixando assim seus alunos com grandes lacunas no saber; policiais que, em vez de darem proteção para a sociedade, abusam de sua autoridade, são corruptos e fazem o mal.



As pessoas pecam no exercício de suas vocações e pecam contra suas vocações. E por não saberem qual é a sua vocação – e que há uma dimensão espiritual no trabalho, na família e no relacionamento em sociedade – são acometidas de uma falta de propósito, ficam confusas a respeito do que deveriam fazer, de como deveriam viver e de quem são.



A doutrina da vocação é completamente bíblica, mas como outros ensinamentos bíblicos, ela surgiu e se desenvolveu com maior precisão durante a Reforma. Na igreja da Idade Média, ter uma vocação ou ser “chamado” se referia exclusivamente ao trabalho integral na igreja.
Se uma pessoa se sentisse “chamada” era sinal de que se tornaria um padre, um monge ou uma freira. Qualquer outra ocupação da vida comum - camponês, cozinheira, operário, soldado ou até mesmo um rei - eram necessárias, porém seculares.

Essas pessoas poderiam ser salvas, mas estavam mergulhadas no mundo. Servir a Deus completamente exigia um compromisso integral.


Examinando o sistema eclesiástico de seu tempo à luz do Evangelho, os reformadores insistiam que os padres, monges, freiras e religiosos não possuíam um direito especial à Graça de Deus, mas que os leigos também poderiam viver uma vida cristã em sua totalidade.


O Sacerdócio Universal dos Crentes


Este conceito surge de uma percepção das Escrituras de que, não apenas os pastores (religiosos em geral) possuem uma santa vocação, mas igualmente o leigo também a possui. “Chamados” que lhes conferem responsabilidades sagradas, autoridade e bênçãos.
O “sacerdócio universal” não transforma todos em cooperadores da igreja, mas, em vez disso, faz com que todo tipo de trabalho seja uma vocação sagrada.


A Reforma então promoveu grandes mudanças sociais em seus dias:


•Por causa da Bíblia, as pessoas aprenderem a ler;
•Foi desenvolvida a instrução clássica “liberal” (liberdade para desenvolver talentos).
•Grande crescimento econômico;
•O trabalho era visto como uma oportunidade para glorificar a Deus.


Essa noção de "fazer tudo para a Glória de Deus", ganhou ainda mais força anos mais tarde com os Puritanos.

Calvinistas piedosos, estes homens compreenderam a doutrina da Vocação com tanta diligência que moldaram a cultura a americana. Sua compreensão de que Deus esperava ser glorificado através do trabalho, faziam com que eles fossem os melhores, mais dedicados em suas funções.


A Reforma foi uma época em que a igreja protestante exerceu sua maior influência cultural – na arte, na literatura, na música, assim como nas instituições sociais – e isso também está relacionado à doutrina da vocação.
Se recuperarmos essa doutrina, poderemos abrir caminho para que os cristãos contemporâneos influenciem sua cultura novamente.


"Muitas pessoas procuram Deus em experiências místicas, milagres espetaculares e atos extraordinários. Encontrá-lo na vocação o faz, literalmente, voltar a terra; nos faz ver quão perto ele está de nós e como ele transforma a vida cotidiana." (Gene Edwards Veith, Jr)


Em Cristo,


Roberto de Assis

Segunda, 18 de Maio de 2009.


quinta-feira, 14 de maio de 2009

Dando início ...


Oi gente!

No período que vai de 17 de maio à 19 de Julho de 2009, estaremos estudando um assunto importantíssimo não apenas na história da Igreja, mas também profundamente relevante para nossa época: a doutrina da Vocação Cristã.
Nosso livro texto (guia de nosso estudo) será o DEUS EM AÇÃO, de Gene Edward Veith, Jr. Publicado no Brasil pela editora Cultura Cristã, essa obra fantástica une profunda reflexão com uma linguagem contemporânea, atual e acessível.

Quando entendida corretamente, a doutrina da vocação - "fazendo tudo para a glória de Deus"- não é um lugar-comum ou uma idéia antiquada. Esse princípio é verdadeiramente a chave para a ética cristã, para influenciar nossa cultura para Cristo e para introduzir a presença de Deus em cada ato de nosso dia-a-dia. Quando nos damos conta de que as atividades "mundanas" que consomem a maior parte de nosso tempo são "esconderijos de Deus", nossa perspectiva muda.

Nosso objetivo nesse curso não será enfatizar o que devemos fazer especificamente com nosso tempo ou com a carreira para a qual fomos chamados, mas o que DEUS faz em e por meio de nosso chamado. Em cada tarefa que nos dá - em família, na igreja e na sociedade - DEUS ESTÁ EM AÇÃO.

Segue agora nossa ementa:


Aula 1 - Introdução: A Vocação cristã no mundo
Aula 2 - Como Deus opera por intermédio dos Seres Humanos
Aula 3 - O propósito da Vocação
Aula 4 - Sua Vocação no trabalho
Aula 5 - Sua Vocação na família
Aula 6 - Sua Vocação como cidadão
Aula 7 - Sua Vocação na igreja
Aula 8 - A ética da Vocação
Aula 9 - Conclusão: Carregando a Cruz na Vocação

Vamos ao trabalho!
Em Cristo,

Roberto de Assis.